RUBENS FURLAN E A MÉTRICA ENSANDECIDA
Rubens Furlan sempre se destacou pela habilidade em criar narrativas peculiares, verdadeiros caleidoscópios disfuncionais, adequados para o objetivo de subverter a realidade em seu âmago, muito apropriado para quem refere-se a si mesmo na terceira pessoa.
A recente publicação de vídeo, em que se dirige aos demais prefeitos da região como administradores ineptos ou pouco afeitos e/ou comprometidos com as exigências do cargo, evidencia uma mente perturbada e superada pelo tempo, que ainda não compreendeu a impessoalidade como princípio básico nas relações com a coisa pública. Historicamente, Barueri optou por acolher os irmãos das cidades vizinhas em seu sistema público de saúde. A mudança de rumo, com a decorrente proibição de acesso a procedimentos hospitalares por moradores de Pirapora do Bom Jesus, Carapicuíba, Itapevi, Osasco, Jandira e Santana de Parnaíba não pode ser ancorada em histrionismo oportunista e demagógico. Até porque, Barueri mantém as portas abertas muito antes da existência do convênio entre Cuba e Brasil. Ou seja, a saída dos médicos cubanos não detém a capacidade de aumentar a demanda a níveis caóticos. Portanto, existem apenas duas leituras para a tal fanfarronice:
1º) Furlan elegeu-se em 2016 prometendo uma saúde com padrão de atendimento de ricos para todos os pobres da região oeste, inclusive com a abolição do cartão Barueri. Diante da incapacidade de cumprir a promessa eleitoral, começa a criar subterfúgios que justifiquem o insucesso da empreitada.
2º) a constante queda na votação de sua filha, Bruna Furlan, para Deputada Federal, deve ter lhe gerado ressentimento atroz, magoa descomedida, geradora de um desejo mórbido de vingança e represália. De qualquer maneira, ambos motivos destoam dos pressupostos da nova política e apequenam a indumentária governamental.
Hoje, os baruerienses de bem estão envergonhados com mais esse ultraje. Rubens Furlan ainda não conseguiu compreender que o tempo dos políticos caricatos já foi depositado no baú da história. A municipalidade não pode mais ser tratada como uma bastilha. O cidadão não é um súdito. E as políticas públicas não devem ser frutos da vontade do imperador.
Barueri é uma cidade de todos e seus rumos necessitam refletir a vontade coletiva.
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