As comemorações a Semana da Consciência Negra seguiram esta semana no município. Na terça-feira, 26 de novembro, em um encontro promovido no Cemur as escola da Rede Municipal de Ensino deram um show ao fazer homenagens às lutas e resistências da população negra.
À ocasião, ocorreram 18 apresentações variadas de dança, como samba de roda, samba de coco, percussão com copos, teatro mudo, entre outras atividades. As escolas também levaram inúmeras comidas típicas da cultura africana, muitas delas já incorporadas à cultura brasileira, como bolos de milho, de fubá e de mandioca, mugunzá, cocada, farofa, além de acarajés, qumbe e outros quitutes.
Karina Oliveira foi acompanhar o filho Robert, aluno da EMEF Prof. Antonio Fenólio, que participou de uma contagiante apresentação de dança africana. A moradora do Sítio das Madres afirmou que amou o evento e que se emocionou muito. “Amei. Foi a primeira vez que acompanhei. Filmei bastante e quase chorei. Nunca tinha visto. Foi ótimo, lindo. Não tenho nem palavras, principalmente quando penso que um dia minha bisavó, que faleceu há um ano, veio da África presa, foi escrava e ela nos contava como que foi e tudo o que ela passou”, disse.
O secretário de Educação, Prof. João Medeiros, ressaltou em seu discurso que falar que se deve comemorar a “Consciência Humana” e não a “Consciência Negra” é algo incabível e reforçou o papel da escola em evitar que atitudes racistas sejam reproduzidas. “Este discurso de ‘Consciência Humana’ pode tomar sim um viés reacionário, conservador que não quer admitir os direitos das minorias e das camadas menos favorecidas”, disse. “O Brasil foi o último país a acabar com a escravidão. Somos um país negro, que tem uma cultura extraordinária e nós, que estamos na educação, temos a obrigação de fazer este trabalho com as nossas crianças, de valorização da nossa história. Há anos trabalhamos a cultura negra e estamos percebendo que cada vez mais as pessoas estão incorporando esta história às suas vidas”, afirmou.
Já o coordenador Especial de Promoção da Igualdade Racial, Antonio Carlos Sousa Santos, acompanhou as apresentações e elogiou o trabalho desenvolvido pelas escolas e pelo secretário de educação. “O prof. João Medeiros é alguém comprometido com a igualdade racial, antes mesmo de ter um órgão próprio para tratar das agendas”, disse.” Através do trabalho desenvolvido pelas escolas está sendo criado um intercâmbio com a sociedade de que o racismo é crime e é excludente, por isto precisa ser combatido, dia-a-dia, momento a momento, envolvendo todos na corresponsabilidade do combate ao racismo e a descriminação”, declarou.
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