Acredite, o ano é 2021 e ainda tem plano de saúde que exige o CONSENTIMENTO do MARIDO para inserção do contraceptivo DIU em mulheres casadas. Não sei dizer o quão século XX isso soa.
Uma pesquisa feita pela Folha de S. Paulo, mostrou que alguns planos de saúde que atuam no interior de São Paulo e Minas Gerais exigem o consentimento do marido para inserção do DIU. Segundo a assessoria de imprensa dos planos citados na matéria, a prática foi abandonada após a matéria ser divulgada.
Mas espera, essa prática, diferente da laqueadura, não está prevista em lei. Precisou de uma repercussão negativa para “verem” que é uma exigência absurda? Quantos outros planos nesse Brasil a fora não seguem os mesmos protocolos?
Até quando uma mulher vai precisar do consentimento de um HOMEM para decidir qualquer coisa em relação ao seu corpo?
A exigência é absurda em muitos níveis, considerando que: a inserção do DIU é reversível, mesmo que ele possa ser utilizado de 5 a 10 anos – dependendo do DIU escolhido -, a qualquer momento ele pode ser REMOVIDO, se assim for o desejo da paciente.
As vezes penso que já avançamos muito em prol do direito das mulheres e da liberdade, mas tem momentos que vejo que falta tanto que mal consigo ver o fim do túnel. Nem consigo ficar surpresa quando vejo noticias como essa, fico apenas… indignada? Nauseada?
Toda mulher tem o direito de escolher quando ser mãe, ter ou não ter um filho. Engravidar não é uma obrigação da mulher. Enquanto não ficar bem claro para todos os homens que não pertencemos a eles, vamos continuar tendo que pedir permissão para tudo e carregar fardos que não nos pertencem. Continuaremos limitadas.
Ser mulher é difícil, mas ser mulher no Brasil é ainda mais.
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