Diretor administrativo do Corinthians e aliado do presidente Andrés Sanchez, André Luiz de Oliveira, conhecido como André Negão, aparece em dois áudios combinando duas entregas de dinheiro da Odebrecht em seu apartamento em 2014.

Os áudios foram entregues à Policia Federal por Álvaro José Novis, um doleiro colaborador da Operação Lava Jato.

Negão, dirigente do Corinthians, teria sido o intermédio entre a Odebrecht e o presidente corintiano, Andrés Sanchez, para o pagamento de 3 milhões de reais em caixa 2 para a campanha de Andrés a deputado federal pelo PT em 2014.

A conversa de André Negão é com Márcio Amaral, funcionário do doleiro e encarregado de organizar as entregas de dinheiro.

“Deixa eu te explicar, tem um restante de uma encomenda que eu te entreguei na sexta-feira (15 de agosto) que nós marcamos hoje de 10h às 12h lá no mesmo local, meu pessoal tá lá”, disse Amaral.

Em segundo áudio gravado após as eleições, Márcio liga para Negão informando atraso na entrega.

“Meu amigo, houve um atraso hoje, eu sei que marcaram aí com você de 10h às 12h, né? Já chegaram?”, pergunta. “Tão chegando”, confirma André Negão.

Segundo registros de conversas via Skype entre funcionários da transportadora Transnacional, responsável pelas entregas, o pagamento em questão diz respeito a R$ 1 milhão entregues no endereço residencial de André Negão, no dia 15 de agosto de 2014. Teria faltado cerca R$ 250 mil reais, que viriam a ser pagos dois dias depois e teriam originado os áudios divulgados.

Diante dos áudios obtidos recentemente, os advogados de defesa de André Negão, negaram qualquer envolvimento de seu cliente com a conversa mesmo reconhecendo a voz de Negão nos áudios.

O inquérito foi encaminhado pelo Superior Tribunal Federal (STF) ao TRF-3, e, tal como outros casos semelhantes envolvendo a Odebrecht, deve ficar sob responsabilidade da Justiça Eleitoral de São Paulo.