A justiça condenou a 277 anos, dois meses e 19 dias de prisão em regime fechado, o médico ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais pelo crime de estupro de vulnerável, violação sexual, mediante fraude e assédio sexual, na cidade de Anápolis, interior de Goiás. O médico ainda terá que pagar R$ 100 mil de indenização por danos morais a cada vítima.
“A medicina existe para curar as pessoas, não para feri-las ainda mais. Essa indispensável profissão, apesar de fundamental para a manutenção sadia da coletividade, não se sobrepõe a direitos de estirpe constitucional e tutelados pelo direito penal, como, dentre outros, o direito à liberdade e dignidade sexual”, comenta a juíza titular da 2º Vara Criminal de Anápolis, Lígia Nunes de Paula
Lígia Nunes de Paula aponta ainda que as testemunhas técnicas disseram a importância de indagar uma das pacientes de Nicodemos sobre suas queixas. O médico, por sua vez, revelou que teria criado uma “técnica de anamnese mais completa”, onde perguntava e examinava as pacientes em maiores detalhes.
“O que pode parecer em princípio um zelo, se revela um modus operandi para mascarar o intuito lascivo travestido de técnica médica. Assim como fazia nas consultas das vítimas (conforme elas relataram em juízo), durante todo o seu interrogatório judicial, o réu tentou impressionar os ouvintes ao se valer de nomes técnicos e possibilidades médicas”, acrescenta a magistrada.
O ginecologista foi preso preventivamente em outubro de 2021, durante a Operação Sex Fraud, realizada pela Polícia Civil de Goiás.
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